José Moreira Filho
Artigos e crônicas publicadas
A igualdade em Deus
(Publicado em 29/outubro/2013 no Jornal do Pontal, Ituiutaba-MG)
A igualdade é um sonho da humanidade, mas que está mais para utopia nos moldes da sociedade atual. Isso porque os parâmetros usados como referência são todos frágeis. Toma-se, por exemplo, a riqueza para nivelar as pessoas. Eu sou igual ao meu vizinho, se tenho um carro igual ao dele. Eu sou igual ao meu amigo, se viajei para o exterior como ele fez. Nesse aspecto os jovens são as maiores vítimas, até porque são mais vulneráveis aos apelos de marketing do mercado consumista. A garota só vai à festa se a mãe lhe comprar uma bota como a da coleguinha. O filho quer um celular, recém-lançado, porque todos os colegas da escola o têm. O ideal é que se mudasse o referencial de nivelamento. E nessa tarefa as instituições, tais como a educação, a religião e a família têm muita responsabilidade. É preciso que se incuta nas mentes juvenis, a importância e solidez de valores outros que são mais perenes ou eternos. Se conseguíssemos gradativamente despertar o interesse pela honradez, pela retidão de caráter, pela nobreza de comportamento, pela solidariedade etc. podíamos, quem sabe, virar o jogo.
É importante, o suficiente para termos uma vida digna, mas de maneira igualitária. Claro que resguardando o direito do conforto advindo do esforço pessoal, da eficiência e dedicação. Porém com as mesmas oportunidades e eliminando-se o ganho fácil, indevido, inescrupuloso e criminoso, como, e principalmente, acontece com a maioria dos políticos nas três esferas da governabilidade.
Sabemos que o conceito de uma sociedade igualitária nos remete ao iluminismo. Aparece, nessa época, com a intenção já de nivelar nobreza, clero, burguesia e escravos. Atualmente o conceito se estende para os direitos sociais em geral, priorizando as minorias. O perigo está na pulverização da sociedade em minorias tantas que a maioria desaparece e com ela a tão sonhada igualdade. A esse respeito vejamos o que diz o grande e respeitado jurista brasileiro, professor Ives Gandra: “Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se auto-declarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos. Assim é que, se um branco, um índio ou um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles. Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior.”
Acredito mesmo que, na dúvida, temos um referencial maior e claro para nos tornarmos iguais. Pois temos Deus. Criador e Pai que nos fez inicialmente iguais. Basta só nos entendermos, nos sentirmos e nos comportarmos como irmãos.
José Moreira Filho
(www.josemoreirafilho.com.br)
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